Exercícios de gramática ENEM

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Como é cobrado gramática no ENEM? Te trouxemos algumas questões como exemplo.

1)(ENEM 2013)

Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a)

a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.

b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.

c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos.

d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”.

e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.

 

2) (ENEM 2013) Labaredas nas trevas
Fragmentos do diário secreto de Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski

20 DE JULHO [1912]
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. […] Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe.” 20 DE DEZEMBRO [1919] Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que outros também não. The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo. FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento).

Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de

a) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e a outra, a consequência.

b) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é relatado nas partes em questão.

c) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou depende de circunstâncias apresentadas na outra.

d) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma orientação argumentativa distinta e oposta à outra.

e) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por exemplo, para uma ação e a outra, o desfecho da mesma.

 

3) (ENEM 2017) Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário do que desejavam. Notei a singularidade quando principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco. Examinavam-no sérias, achavam o pano e os aviamentos de qualidade superior , o feitio admirável. Envaideci-me: nunca havia reparado em tais vantagens. Mas os gabas se prolongaram, trouxeram-me desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me habituara. Em geral me diziam com franqueza que a roupa não me assentava no corpo, sobrava nos sovacos. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1994.

Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo a progressão do tema. No fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela expressão

a) “a singularidade”.

b) “tais vantagens”.

c) “os gabos”.

d) “Longe disso”.

e) “Em geral”.

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4) (ENEM 2017) Nuances

Euforia: alegria barulhenta.

Felicidade: alegria silenciosa.

Gravar: quando o ator é de televisão.

Filmar: quando ele quer deixar claro que não é de televisão.

Grávida: em qualquer ocasião.

Gestante: em filas e assentos preferenciais.

Guardar: na gaveta.

Salvar: no Computador.

Salvaguardar: no Exército.

Menta: no sorvete, na bala ou no xarope.

Hortelã: na horta ou no suco de abacaxi.

Peça: quando você vai assistir.

Espetáculo: quando você está em cartaz com ele. DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado)

O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos. Essa diferença é apresentada considerando-se a(s)

a) alternâncias na sonoridade.

b) adequação às situações de uso.

c) marcação flexional das palavras.

d) grafia na norma-padrão da língua.

e) categorias gramaticais das palavras.

 

5) (ENEM 2017) TEXTO I

Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou. LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa, Rio de Janeiro José Olympio, 1989.

TEXTO II

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim Cria ritmos Verbais, ou os escuta de Outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida. PESSOA, F. O livro do desassossego São Paulo Brasiliense, 1986

A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que predomina nos textos I e II

a) destaca o “como” se elabora a mensagem, Considerando-se a seleção, Combinação e sonoridade do texto.

b) Coloca o foco no “Com o quê” se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio objeto.

c) focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas impressões pessoais.

d) O orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu comportamento.

e) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e objetivas.

 

6) (ENEM 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em 4 Out 2011.

Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme?

a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”.

b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”.

c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias.

d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”.

e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista “João/Zero”.

 

7) (ENEM 2018) Aconteceu mais de uma vez: ele me abandonou. Como todos os outros. O quinto. A gente já estava junto há mais de um ano. Parecia que dessa vez seria para sempre. Mas não: ele desapareceu de repente, sem deixar rastro. Quando me dei conta, fiquei horas ligando sem parar – mas só chamava, chamava, e ninguém atendia. E então fiz o que precisava ser feito: bloqueei a linha. A verdade é que nenhum telefone celular me suporta. Já tentei de todas as marcas e operadoras, apenas para descobrir que eles são todos iguais: na primeira oportunidade, dão no pé. Esse último aproveitou que eu estava distraído e não desceu do táxi junto comigo. Ou será que ele já tinha pulado do meu bolso no momento em que eu embarcava no táxi? Tomara que sim. Depois de fazer o que me fez, quero mais é que ele tenha ido parar na sarjeta. […] Se ainda fossem embora do jeito que chegaram, tudo bem. […] Mas já sei o que vou fazer. No caminho da loja de celulares, vou passar numa papelaria. Pensando bem, nenhuma das minhas agendinhas de papel jamais me abandonou. FREIRE, R. Começar de novo. O Estado de S. Paulo, 24 nov. 2006

Nesse fragmento, a fim de atrair a atenção do leitor e de estabelecer um fio condutor de sentido, o autor utiliza-se de

a) primeira pessoa do singular para imprimir subjetividade ao relato de mais uma desilusão amorosa.

b) ironia para tratar da relação com os celulares na era de produtos altamente descartáveis.

c) frases feitas na apresentação de situações amorosas estereotipadas para construir a ambientação do texto.

d) quebra de expectativa como estratégia argumentativa para ocultar informações.

e) verbos no tempo pretérito para enfatizar uma aproximação com os fatos abordados ao longo do texto.

 

8) (ENEM 2018) Enquanto isso, nos bastidores do universo Você planeja passar um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando, mas o universo está preparando a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor que fará você jogar fora seu atlas e criar raízes no quintal como se fosse uma figueira. Você treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as duas pernas intactas na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a experiência da frustração. O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele nunca prometeu nada, você é que escuta vozes. No dia em que você pensa que não tem nada a dizer para o analista, faz a revelação mais bombástica dos seus dois anos de terapia. O resultado de um exame de rotina coloca sua rotina de cabeça para baixo. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua festa, e tampouco imaginou que justo sua grande paixão não iria. Quando achou que estava bela, não arrasou corações. Quando saiu sem maquiagem e com uma camiseta puída, chamou a atenção. E assim seguem os dias à prova de planejamento e contrariando nossas vontades, pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e estejamos preparados para a melhor cena, nos bastidores do universo alguém troca nosso papel de última hora, tornando surpreendente a nossa vida. MEDEIROS, M. O Globo, 21 jun. 2015.

Entre as estratégias argumentativas utilizadas para sustentar a tese apresentada nesse fragmento, destaca-se a recorrência de

a) estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a velocidade das mudanças da vida.

b) marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas pela autora.

c) formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de concretização das ações.

d) construções de oposição, para enfatizar que as expectativas são afetadas pelo inesperado.

e) sequências descritivas, para promover a identificação do leitor com as situações apresentadas.

Questões comentadas 

1) Alternativa A.

Ao utilizar a oração adversativa, ocorre a quebra de expectativa anteriormente criada. Se em “a preguiça é a mãe de todos os vícios” há uma ideia negativa da preguiça, com a frase iniciada pelo “mas” há uma ideia positiva, que remete ao respeito pelo materno.

2) Alternativa B.

A expressão em questão estabelece relação de tempo entre dois textos por expressar o tempo decorrido desde a data de publicação do fragmento do primeiro texto.

3) “Alternativa D.

Quando o narrador percebe que as moças não estavam elogiando, mas sim zombando de sua cara por meio da ironia, o marcador utilizado é o “longe disso”.

4) Alternativa B. 

Os significados dos vocábulos se dão pelo contexto, sendo ele também que determina a seleção desses vocábulos tão próximos. A leitura aliada ao conhecimento de permite é o que permite entender a relação de fatores extratextuais, como, por exemplo, o fato do suco de abacaxi ser, geralmente, servido com hortelã.

5) Alternativa B.

A função que predomina nos dois textos é a metalinguística, pois o primeiro foi retirado de uma gramática que propõe reflexões sobre as regras gramaticais e o segundo é um poeta falando sobre seu gosto e do de outros autores pela palavra. O código é usado como objeto, se fala por ele sobre ele.

6) Alternativa B.

Ao usar os verbos no presente é como se as ações estivessem acontecendo naquele momento exato. Assim, a sinopse atualiza o texto e segura a atenção do leitor por essa estratégia.

7) Alternativa C.

Como é de costume, em contextos amorosos, as frases estereotipadas aparecem. Elas têm o intuito de desperta interesse do leitor para a história, possivelmente de um amor não correspondido.

8) Alternativa D.

Quando está argumentando, a narradora faz uso de recursos que reforcem os contrastes, como no uso da conjunção adversativa “mas”, que indica contraste/oposição. Além de trazer essa ideia, o caráter argumentativo fica mais forte com esse operador argumentativo: a conjunção adversativa introduz o argumento mais forte, é ela quem prevalece.

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