Nesse post, traremos informações sobre o curso de Licenciatura em Letras, sobre algumas possibilidades de formação (habilitação em outro língua) e depoimentos de récem-futuras-graduadas.
Afinal, o curso de Letras ensina letras?
Bom, o pilar do curso é a Linguagem. Dentro dela e a partir dela se estuda as áreas de Linguística, Literatura e Ensino, que dissertam, por exemplo, sobre os aspectos formais da língua, o ensino e aprendizagem dos alunos, o desenvolvimento psíquico desse, a língua e a cultura, e sobre literatura e sociedade.
Os graduados poderão atuar no Ensino Fundamental II e Ensino Médio caso optem por lecionar. Mas essa não é a única opção, eles também podem trabalhar como revisor, intérprete, escritor, editor e áreas de criação: elaborar material didático, provas, correções de provas. Apesar de parecer um curso fadado a ser professor, o curso abrange grandes áreas.
Se lecionar, as disciplinas que poderá atuar são Língua Portuguesa, Gramática Literatura, Redação e o idioma estrangeiro. A atuação pode ocorrer em escolas públicas ou particulares, bem como em escolas de idiomas, cursos pré-vestibulares e locais afins.
Apesar de gostar de ler e escrever facilitar o desenrolar da graduação, não há problema em ter dificuldade para escrever ou ler, pois o curso nos prepara para essas ações e também nos ensina a gostar delas. Ao adentrar no mundo da linguagem ela nos fascina.
O curso de Letras possui também uma segunda língua, que pode ser Inglês, Espanhol, Francês, Italiano e outras. Há também habilitação na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Devemos ter em mente que há o curso de Bacharel em Letras, comumente chamado de tradutor.
Esse trocadilho com os autores é o máximo! Olha só: “O Machado era de Assis. A Rosa, do Guimarães. A bandeira, do Manoel. Mas feliz mesmo era o Jorge, que era Amado”.
Algumas matérias
A Fonética e Fonologia é responsável por estudar os sons das palavras, nosso aparelho fonador e os sons que produzimos. Dentro dela ensina-se, por exemplo, sobre aquisição da escrita, sobre as possíveis causas dos “erros” gramaticais e sobre as relações entre fala e escrita.
A Morfologia e a Sintaxe ficam responsáveis pelo estudo da estrutura, formação e classificação das palavras. Além de classificarmos como substantivo, adjetivo, pronome e outras classes, descrevemos o papel que cada um exerce nas orações.
A Semântica, por sua vez, estuda o significado das palavras e expressões segundo determinado contexto, analisando mudanças linguísticas.
Ligado também as variações, temos a Sociolinguística, que analisa a linguagem segundo uma análise social, levando em conta fatores como gênero, faixa etária, classe social e região. Os conceitos de idioma, dialeto, variações linguísticas são estudadas por essa área, afinal, é tangerina ou bergamota? Pão francês ou cacetinho?
Olha essa maravilha de descrição fonética!!! (“Letras Ibilce”)
Como escolho a outra língua?
Bom, as formas de eleger são variadas, há Universidade, como a UNESP, em que não há escolha da segunda língua na inscrição, mas sim posteriormente, segundo a classificação. Os mais bem colocados ficam com a vaga do Inglês e as outras com Espanhol, podendo os escolhidos do Inglês irem para o Espanhol, caso queiram, mas não o contrário.
Na USP, por sua vez, todos os ingressantes fazem um ano “básico” e somente depois escolhem qual língua gostariam de fazer. Em algumas universidades federais, como na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), há a oferta da habilitação em LIBRAS logo no ato da inscrição, em que o aluno concorre para essa vaga.
No geral, os cursos possuem duração de 4 anos.
Depoimentos
“Observando a faculdade desde minha entrada até esse momento de despedida, pude perceber uma grande evolução, não apenas no quesito dos saberes, mas também uma grande mudança na forma como me relaciono comigo e com as pessoas. Durante a graduação, aprendemos a dividir o conhecimento, não buscá-lo somente para si. Aprendemos a importância de levarmos conosco no nosso caminho de aprendizado outras pessoas que possam se beneficiar dele. A universidade me proporcionou a experiência do coletivo, do mover-me com outras pessoas.
Para além disso, a universidade também me proporcionou conhecimentos que eu nunca imaginei que teria, e em vários âmbitos, inclusive no emocional. Por esse motivo, sou grata pela oportunidade de ter estado nesse ambiente, com tantas pessoas que eu sei que ajudarão o mundo a ser um lugar um pouco melhor.” (Amanda Gois, graduanda do curso de Licenciatura em Letras/Inglês da UNESP-Ibilce)
“Confesso que o curso não era minha primeira opção e ser professora não era exatamente o que eu sonhei como profissão quando criança. Mas depois do primeiro ano de Letras, comecei a achar que talvez eu estivesse onde eu deveria estar e agora eu tenho certeza! Na Letras a gente aprende a importância dos nossos discursos e como eles influenciam diretamente em nossas vidas, por vezes, até inconscientemente. A escolha das minhas palavras e a atenção aos detalhes passaram a ser pontos chaves na minha escrita e na minha fala. Em sala de aula, busco incentivar os alunos a gostarem da língua portuguesa, da leitura e da língua espanhola.
Me apaixonei e me apaixono constantemente pela Letras, pelos seus autores, pelas suas variações, pelas suas estruturas. A linguagem move o mundo! E os professores também! Por isso, não é vergonha dizer na sua roda de amigos que pretende lecionar, pois todos passaram por professores, do nível mais básico ao mais avançado.” (Natasha Zampieri, graduanda do curso de Licenciatura em Letras/Espanhol da UNESP-Ibilce)